domingo, 13 de dezembro de 2009

DESÂNIMO OU DEZ ÂNIMOS!!!

II Cor. 4.8
" Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;"

A palavra ânimo quer dizer coragem, força, disposição de espírito; a palavra animar quer dizer dar vida, dar ânimo, tornar vivo. Portanto algo que tem vida em si é algo que está animado.
Já o desânimo é o contrário: é sem vida, inanimado, parado, sem coragem, sem força, sem disposição de espírito, morocoxô.
Às vezes nos sentimos muito animados, estamos contentes, as coisas estão fluindo, parece que tudo está dando certo, tudo o que colocamos a mão prospera, rende. Outras vezes nos sentimos como que somos obrigados a nos arrastar, continuarmos vivos, mas a força motivdora dentro de nós acabou... parece que a pilha acabou ou a luz apagou, sumiu toda nossa disposição de espírito. E neste momento sabemos que precisamos continuar existindo, continuar fazendo. Mas nada flui, parece que tudo dá errado, parece que o azarão nos atingiu em cheio! Nada rende, nada prospera, estamos tristes, nos sentimos solitários, sem força, sem energia, e quase sem fé.
Há pouco tempo passei por um período assim. E num dia de sábado fui à cidade comprar um calçado para minha filhinha menor. Cheguei em casa o calçado não serviu, embora tinha levado o número exato e atualizado do seu pezinho.
Precisei voltar à tarde na loja para trocar o tal calçado. Troquei. O dia estava muito quente, eu estava muito cansada. Fui pegar o ônibus que demorou muito para chegar. Quando veio estava super-super lotado, não tinha espaço para respirar dentro dele, mas entrei, porque era melhor do que esperar mais um tanto naquele calor. No meu coração eu reclamava por não ter um carro, por a vida ser tão difícil, criança pequena pra cuidar, casa pra limpar, compras pra fazer, igreja pra atender... Tantas coisas! E sem carro!
Quando desci do ônibus percebi que uma senhora muito idosa desceu também. Eu rapidamente atravessei a rodovia e de repente ela estava do meu lado. Enquanto ainda no meu íntimo reclamava da situação e acrescentava lamentos por ter de andar ainda três quadras para chegar em casa, de súbito ouvi uma voz:
- Tá quente o sol, né?
Aquela senhora do meu lado tentando um diálogo. Não respondi em voz alta, mas no meu interior respondi: "O sol sempre é quente, nunca vi um sol gelado e essa 'véia chata' vem me falar de sol quente". Segurei minha "meiguice" e tentei ser simpática:
- É, está. Pra senhora é difícil andar neste sol, né?
-Que nada! Estou acostumada. Ando por tudo. Meu filho me largou na 70, daí pequei o ônibus (o lotado) e já estou aqui.
- Ãh. E a senhora mora muito longe aqui da faixa?
- Não, é logo ali... bem pertinho.
(nisto pensei: agora que estou gostando da companhia dela, vou perder porque ela mora logo aqui na primeira quadra e eu tenho que andar mais duas longas e infinddáveis quadras sozinhas!) Então ela continuou:
- Sabe o campo? Eu moro depois do campo.
Não acreditei, o logo ali dela era muito depois da minha casa!
- Eu ainda trabalho, - ela falou - faço uns bicos prá ganhar uns trocos... me viro!
Neste momento tive duas curiosidades:
- Quantos anos a senhora tem?
- 74
- Puxa! A senhora está inteiraço pra sua idade. (Quase caí dura. Eu com 42 me arrastando pelas ruas e ela com 74 quase saltitando como uma gazela!)
- Que tipo de trabalho a senhora faz?
- Eu trabalho nas casas. Faço limpeza. Tem várias casas que eu trabalho...
(Era só o que me faltava! Como pode com 74 anos ter tanto ânimo, até para limpar casas?
Nisto cheguei na minha casa, já me sentia mais animada e triste por perder minha boa e agradável companhia. Me despedi, e ela seguiu seu caminho.
Deus usou essa vovó para puxar minha orelha e me ensinar tanta coisa. Neste dia aprendi uma lição de vida. Todas as nossas dificuldades normais que passamos dependem da nossa ótica; depende de como vivenciamos.
Para mim andar de ônibus lotado era humilhante por não ter um carro; para ela era divertido! Um passeio!
Para mim o calor daquele dia de sol me levava a reclamar; para ela estava acostumada! Era só vitamina D.
Para mim andar 3 quadras era como ir na China à pé; para ela era logo ali.
Para mim cuidar da minha casa, lavar a louça, fazer compras para minha família era algo que me consumia; para ela cuidar da casa de várias famílias era um ministério.
Eu precisava dessa unção de ânimo neste dia e Deus sabia disto por isto me fez encontrar com essa doce vovó de 74 anos.

Deus abençoe
Prª Elaine Teobaldo






quarta-feira, 9 de setembro de 2009

QUEM VAI OUVIR MINHA HISTÓRIA?

Quando minha discípula Marta me convidou para ir naquele lugar, eu sabia que seria um bairro pobre, mas não imaginava que seria tanto!
Saímos da rodovia e entramos numa estrada de chão batido, já estava escurecendo, mas deu para visualizar a situação dos moradores daquele lugar. Casas (casinhas) simples de madeira. Havia algumas que se parecem mais com caixas (caixinhas) de madeira!
Estacionamos o carro bem em frente a casa onde íamos fazer a visita.
Marta cuidadosamente colocou as inúmeras travas de segurança no carro e acionou o alarme.
Fomos entrando, chamando, ninguém veio nos atender de imediato e a porta estava aberta, não escancarada pra trás, mas sem nenhuma chave ou trinco; poderíamos ter entrado e sentado na sala.
Depois ela veio nos atender. Demorou porque estava ajudando a mãe a ir no banheiro; por causa da situação de saúde não está mais podendo andar sozinha.
Ela se converteu há pouco tempo e recentemente foi ao Encontro. A casa bem pequena, estava impecável! Tudo 100% limpo e arrumado e deu pra ver que embora sendo pobres, ela tem muito bom gosto para decoração.
Fomos convidadas para ir direto ao quarto da D. Cidala, mãe da nossa nova ovelhinha. D. Cidala tem 88 anos de idade. Seu corpo está tomado de câncer. Generalizado, como os médicos dizem.
Todas as suas juntas tem câncer (por isto a dificuldade de andar sozinha). Eu brinquei com minhas discípulas dizendo que D. Cidala só não tem câncer na língua. E glória à Deus por isto! Porque ali eu sentei e ela me contou a sua história. O corpo não quer mais funcionar, mas a mente (a alma) está perfeitamente viva, ativa, funcionando! E eu fiquei ali ouvindo a sua história... Teve horas que eu senti vontade de chorar... E eu ficava imaginando quantas pessoas tem seus corpos saudáveis, funcionando perfeitamente normal, mas que já engavetaram ou enterraram a sua alma!
D. Cidala falou por duas horas direto, sem parar. E nós escutamos. Protagonista de uma história extremamente difícil, triste, de lutas, de sofrimento, de angústias, de perdas!
Mas ela está ali com seus 88 anos querendo viver! Querendo aprender! Querendo conquistar!
Vocês acreditam que ela fez os filhos colocarem um fogão no seu pequeno espaço porque ela quer cozinhar sua própria comida? Eu brinquei com minhas discípulas falando que quando eu chegar aos 88 anos a última coisa que desejaria ter no meu quarto seria um fogão!
D. Cidala se converteu há muitos anos, mas como não foi lhe ensinado a quebrar as maldições, seus filhos e netos viveram e vivem aprisionados por Satanás, infelizmente.
Mas ainda há esperança! Uma filha sua se converteu e através desta conversão fomos àquela vila, conheci D. Cidala e pude entender porque Deus a conservou com vida até agora, apesar do câncer. A imagem daquela senhora idosa e da vila onde ela vive não saiu mais da minha mente. Eu vi ali um povo como descrito em Isaías 1.5b-6

"Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo."

Dois dias depois desta visita, estando eu num seminário para mulheres em Porto Alegre, fui contemplada num sorteio tipo Esquadrão da Moda; andando pelas ruas da capital, naquele carro zerinho e vermelho, entrando no restaurante, depois nos shoppings, vestindo aquelas roupas lindas, eu ainda continuava pensando naquele povo... e Deus ministrando ao meu coração aquelas palavras de Romanos 10.14,15

"Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!"

E eu respondi ao Senhor o que eu respondi há 21 anos atrás quando ingressei no Seminário: "Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim".
E para glória do Senhor, estamos abrindo uma célula na casa da D. Cidala. Amanhã irei lá com duas discípulas corajosas e conquistadoras que aceitaram o dasafio.

Orem por nós, orem por aquela vila - o nome da vila é Tom jobim - Periferia da periferia de Gravataí/Rs. Ore para Deus me dar um carro, pois é um lugar de difícil acesso e não passa ônibus perto. Eu preciso de um meio de transporte para pastorear as muitas almas que estão lá esperando que alguém escute suas histórias...

Um abraço,
Prª Elaine Teobaldo



quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A PATERNIDADE DE SATANÁS

Ontem comemoramos o dia dos pais; em nossa igreja Deus orientou para ministrarmos sobre a paternidade de Deus. E foi lindo! As crianças cantaram, dançaram, expressando alegria por saber que Deus é um Pai que nunca falha.Depois a prô Michelle ministrou uma palavra sobre a importância dos pais liberarem bênçãos para seus filhos e o Pr. Joaquim falou sobre os 4 tipos de paternidade:

- Paternidade de pais biológicos

- Paternidade de pais espirituais

- Paternidade de Satanás

- Paternidade de Deus

Eu não pude deixar de lembrar da minha infância e de meu pai biológico. Eu comecei a lembrar o modelo de pai que ele foi. Lembrei de como nas noites frias de inverno gaúcho meu pai levantava para checar se estávamos cobertos e aquecidos; e eu me fazia que estava dormindo, e de propósito, deixava escorregar parte do cobertor só para sentir meu pai colocando novamente em cima de mim, seu toque e carinho era tudo de bom!Lembrei de como ele nos contava histórias e pude reviver na minha memória aqueles momentos tão especiais, nós (seis crianças) à sua volta e ele contando aquelas histórias de raposas e caçadores. Ele poderia contar a mesma história todas as noites que o seu fiel público estava lá para ouvir. Lembrei de como ele nos reunia num culto doméstico; pegava sua gaita e a congregação estava formada. Como gostávamos de louvar a Deus! E como resposta de nosso louvor simples e sincero, a presença de Deus descia em nossa casa; era tanta shekinah que naquela época, numa casa simples de campo, experimentávamos unção de riso, de choro, de cair no chão... meu pai sabia nos conduzir à presença do Grande Pai.
Lembrei de como ele nos levava para "ajudá-lo" na roça. É claro que nós não trabalhávamos para ele num condenado trabalho infantil, ele simplesmente nos queria por perto e por isso nos dava aquelas tarefas de catar os matinhos dos canteiros; enquanto brincávamos de trabalhar ele ia nos ensinando os princípios de vida e de Deus.
Ele nos incentivava a fazer trabalhos com as mãos, nos ensinou a usar o serrote, o martelo e mais aquele monte de ferramentas que existia naquela caixa de marcineiro. Mas o que eu mais gostava era quando ele pegava seus livros e revistas! Que delícia! Eu queria ler todinhos! Mas eu ainda não sabia ler - demorei um pouquinho mais que meus irmãos para ir para a escola por ser a quarta filha - como eu amava os livros, dei um jeitinho de aprender a ler antes de ir para a escola. Algumas pessoas não acreditam, mas eu nunca vi meus pais brigarem; se brigavam, eu não sei como se escondiam tão bem daquelas seis crianças... eu não lembro de nenhuma vez ter experimentado um clima de tensão dentro de nossa casa. Nós éramos pobres, muito pobres, mas eu nem notava de tão feliz que eu era... até os meus nove anos.
Um dia meu pai teve uma forte dor de cabeça, e como a dor piorava, procurou os médicos; foi diagnosticado meningite. Ele passou a ficar cada vez pior; foi hospitalizado. E lembro que em um dia dos pais, o hospital deixou que todos os filhos entrassem para vê-lo. Minhas tias ajudaram a levar todos nós. Que lembrança terrível! Chovia como ontem estava chovendo aqui no Sul. Ver o meu pai prostrado naquela cama de hospital com todos aqueles aparelhos não era o que crianças gostariam de ver. Mas também meu pai gostaria de ter nos visto pela última vez... poucos dias depois fui acordada no meio da noite por alguém que eu não lembro ser um de meus irmãos ou minhas tias - "nany acorda... papai morreu!". Depois veio aquela cerimônia horrível chamada funeral, lembro que eu não quis comer nada todo aquele dia; ficava observando as pessoas chegando, minha mãe chorando, o culto, e aquela música que ficou profundamente registrada em minha mente: Mais perto quero estar, meu Deus de ti".... Depois a palavra do pastor, palavras de consolo falando que o irmão Loyr agora estava bem perto de Deus. E ali estávamos nós: uma jovem mãe viúva aos trinta anos de idade e seis crianças orfãs. Eu não somente perdi meu pai como também perdi paternidade. Com a perda de meu pai, minha mãe precisou trabalhar fora, e assim também perdi minha mãe. Ficávamos a maior parte do tempo sozinhos. E quando mamãe chegava estava muito cansada para contar histórias de raposas ou nos conduzir num culto de louvor a Deus. As alegrias da vida livre no campo foram trocadas por drásticas mudanças. Morar numa vila, pegar ônibus para ir à escola, trocar de igreja, amigos... Foi aí que eu experimentei a paternidade de Satanás. Se você nunca ouviu dizer que Satanás é um pai, vamos comigo na Bíblia, no livro de João, cápítulo 8, verso 44:
"Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira."
Satanás é um pai sim, ele é o pai da mentira. Devagarinho ele foi me adotando e infiltrando suas poderosas e destruidoras mentiras.
-Deus não existe, ou se existe Ele é cruel e não te ama, pois levou seu pai.
-a igreja rouba tudo o que um adolescente precisa para ser feliz; a igreja proíbe tudo o que dá prazer.
-Você é pobre, os pobres não têm muita chance de estudar, pobre não vai pra faculdade; prá que perder tempo estudando (era o meu maior sonho estudar, mas meu novo pai conseguiu me fazer abandonar os estudos no 1º ano do ensino médio, somente depois pude voltar e concluir).
-Tua cor é horrível, olha só como você é diferente de seus irmãos, ninguém vai gostar de uma menina branca.
E dentre estas e muitas outras mentiras, meu novo pai foi me instruíndo nos seus princípios e conceitos. A Bíblia diz que o ladrão (diabo) veio para roubar, matar e destruir. E o meu novo pai, como um ladrão invadiu violentamente minha vida e me roubou muitas coisas, matou meus sonhos singelos de menina e destruiu minha dignidade. Meus irmãos agora eram os outros filhos dele que viviam debaixo dessas mentiras e assim praticavam tudo o que os levava à destruição. Meus novos irmãos me ajudaram a me adaptar a essa nova família. E eu experimentei o que é viver no inferno, sim, tendo Satanás como pai, só podia viver no inferno. Dos treze aos dezoitos anos eu experimentei e vivi debaixo da paternidade de Satanás.
Mas um dia, quando eu não aguentava mais eu lembrei do meu Grande Pai, esse Pai que o meu pai biológico me apresentou na minha primeira infância. E decidi voltar para minha verdadeira família e me entregar totalmente à sua paternidade! Por sua graça e misericórdia Ele me recebeu de volta. Me abraçou, me acolheu, trocou minhas vestes, me honrou, me levantou e somente nEle eu encontro a perfeita paternidade. Ele é um Pai que nunca falha, que me corrige em amor, que sempre me recebe de volta com seus braços de amor, me envolve, me acolhe, que me diz: "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna". Hb 4.16
E Ele me chamou também para ser pai. Ontem no culto, debaixo daquela atmosfera de unção e graça, experimentei a alegria de ser abraçada por muitos filhos, que vinham a mim com gratidão por minha paternidade espiritual em suas vidas.
Meu pai biológico me ensinou o caminho para encontrar o Verdadeiro Pai. E Ele me ensinou como ser pai e conduzir tantos outros a encontrarem a verdadeira paternidade.



Um abraço
Prª Elaine Teobaldo

sexta-feira, 24 de julho de 2009

DESERTOS III - FAÇA DO SEU DESERTO UM EXÉRCITO

I Samuel 22.1,2
"Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com eles uns quatrocentos homens".

Davi era um homem corajoso, inteligente e ousado. Mas certamente ele não nasceu assim; essas características ele desenvolveu a partir de suas experiências pessoais em desertos.
Quando ainda pequeno pastoreando os rebanhos de seu pai, ele não tinha outra escolha senão enfrentar as dificuldades que surgiam, como por exemplo quando lhe aparece na frente um enorme urso ou quando surge aquele feroz e amedrontador leão. Como ele era novo e sem experiência, acredito que seu coração gelou. Suas pernas tremeram e na sua alma sentiu um pavor, uma angústia de morte. Então ele pensa: "Só tenho duas escolhas: matar ou morrer". E ali começou sua escola de luta livre. Matou. Viveu. E ganhou uma grande experiência para algo que viria mais na frente.
Quando ele vê aquele gigante amedrontando o povo de Deus ele lembra dos animais amedrontando o rebanho. Imediatamente ele se oferece, não para simplesmente lutar, mas para livrar o povo, porque ele acreditava que era possível vencê-lo devido à experiência que enfrentara com os animais. Usando sua inteligencia ele lembra de suas técnicas de matar leão e urso e se prepara com algo simples e natural - funda e pedras - Ele usa sua coragem, inteligência e ousadia para vencer o gigante.
Quando fugia da fúria de Saul, Davi passou por situações em que parecem que a sua fé em Deus gastou, sua coragem e ousadia foram embora e até se fez de louco prá passar bem (conforme I Sm 21.10-15). Depois disto ele se esconde numa caverna - Caverna de Adulão - um deserto. E ali começam a chegar-se e juntar-se à ele pessoas comuns como ele, cheias de medo, fugindo de seus apertos, fugindo de suas dívidas, fugindo de suas amarguras de espírito, e não eram poucos, uns quatrocentos homens (I Sm 22.2). Davi com seu espírito de liderança torna-se chefe deles e começa a treiná-los para se tornarem um grande exército, eles se tornaram os homens de Davi.
Esta história pode figurar na nossa vida situações em que nos achamos com medo, e, além de estar num deserto, nos enfiamos numa caverna. E ali começamos a chegar no interior da caverna, no interior de nossas almas, todas as nossas angústias, nossos apertos, nossas preocupações com as dívidas, com os enormes desafios financeiros,
nossas contas para pagar, nossos filhos para criar, a entrada da casa própria, o carro que nos falta... nossas amarguras de espírito, quando nosso espírito parece doer! (só quem já sentiu dor no espírito sabe do que estou falando).
È aí que devemos nos lembrar de tudo o que Deus já fez e fazer do nosso deserto um exército; olhar para dentro de nossa caverna e ver o que nós temos e acreditar que Deus pode transformar todas essas coisas negativas em bênçãos. Lembrar que o mesmo Deus que nos deu coragem para enfrentar ursos e leões e matar gigantes em alguma outra fase de nossas vidas, Ele pode nos encher de coragem para pegar toda essa situação e marchar rumo à conquista.
Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. (II Tm 1.7)

Um abraço
Prª Elaine Teobaldo

quarta-feira, 1 de julho de 2009

DESERTOS II - Á SOMBRA DE DEUS

Quem disse que o deserto é o pior lugar para se estar?
O deserto é o melhor lugar para se estar.
Sendo que é Deus quem nos coloca lá, Ele é o responsável direto para cuidar de nós. Podemos descansar nEle porque Ele não nos deixa faltar nada enquanto caminhamos no nosso deserto.
AQUECEDOR - Tá frio? Não se preocupe, o Soberano já sabe e de antemão providencia um aquecedor. Eu moro numa região muito fria, e quando a noite chega se torna quase insuportável o frio dentro de casa, imagina na rua! Mas vimos pela palavra que quando o povo de Israel caminhava pelo deserto, entregue totalmente a dependência de Deus, durante as noites geladas e insuportáveis, Deus colocava um aquecedor de fogo; eu imagino que aquilo ficava tão confortável que ninguém queria sair de debaixo dele.
ESFRIADOR - ar condicionado - Olhem só! Durante o dia quando o sol vinha com tudo e aquecia as areias do deserto, o calor ficava sufocante e seria impossível dar um único passo sem desmaiar, então Deus colocava uma grande nuvem, e era grande mesmo! E esta nuvem imensa fazia uma grande sombra onde o povo caminhava tranquilamente debaixo dela. Eu creio que ninguém saia dali debaixo porque ali o ar estava condicionado e os raios do sol não chegavam.
Eu lembrei de um versículo que fala da sombra de Deus, está nos Salmos 91.1 "O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente"
A sombra de Deus é muito grande e é um lugar bom para se estar. Se você tem se sentido sufocado e castigado pelo calor insuportável desta vida, dos problemas, das angústias, e talvez tenha tentado se proteger debaixo de uma sombrinha (aquele guarda-chuva pequeno) que pode ser teus próprios conceitos, tuas convicções religiosas, corra para debaixo da sombra de Deus. Tem lugar para você na sombra de Deus porque Deus é tão grande, tão imenso, tão Onipotente. Na sombra de Deus encontramos descanso.
Também se você está num deserto, saiba que este é um lugar bom para se estar porque é um lugar onde estamos mais próximos da glória e presença de Deus, sendo cuidados diretamente por Ele. Se você está num deserto, fique tranquilo e aproveite as regalias, os mimos de Deus.
Quando o sol se pôr e o frio da noite começar a chegar com intensidade, Ele imediatamente providenciará um aquecedor de fogo e você poderá continuar andando e crendo que pela manhã a sombra dEle, imensa, grandiosa e acolhedora estará lá para te proteger.
EU AMO A SOMBRA DE DEUS.
Um abraço
Prª Elaine Teobaldo

domingo, 14 de junho de 2009

DIA DOS NAMORADOS


Meu amigo solteirão estava perplexo. "A maioria dos casais cristãos ora com grande fervor e sinceridade antes de se casar e quase todos sentem que foram unidos por Deus", comentou comigo. "Então eles se casam e descobrem que têm mais diferenças do que coisas em comum. No fim das contas admitem que não foi Deus quem os colocou juntos. O que acontece?


NADA. O casamento é simplesmente um conceito ridículo, só isso. Primeiro pegamos um homem e uma mulher e dizemos que devem tornar-se um. Começando por aí, trata-se de uma idéia absurda diante das enormes diferenças entre homens, que são de Marte, e mulheres, que são de Vênus. Acrescente à mistura mais uma inifinidade de distinções, como temperamentos, contexto familiar e origens religiosas. (Eu acrescento a cultura regional, no meu caso ele é o norte e eu o sul, literalmente). Depois disso, coloque na panela uma cultura saturada de imagens sexuais e distorcida por divórcios em que ninguém é culpado e que causam pouco estigma social. Complete com um beijo tímido para dar sorte, pronuncie-os marido e mulher e empurre-os para fora da igreja, passando por uma recepção sofisticada e uma montanha de presentes que os conduzem, finalmente, a uma dimensão desconhecida. Quando o carro deles fizer a curva, carregando os dois em sua feliz ignorância, dê uma risadinha e uma piscadela e comente com bom humor: "Isso é só o começo! Eles não sabem o que os espera". (O Desejo de Toda a Mulher - Stephen A. & Fred S. - Pg 79-80).


Parece estranho uma pastora copiar isto. Recentemente comemoramos o dia dos namorados, e no Brasil tudo tem à ver com o catolicismo e o comércio. Dia dos namorados coincide com o dia de santo Antônio (aquele mesmo, casamenteiro!).

E a mídia não perde tempo em promover as compras em grande escala. Tudo tem corações vermelhos, flores, bombons e muito romantismo.

Mas nós cristãos, sabemos que um relacionamento não é só isto. Casamento é uma construção. Depois que você começa, precisa investir tudo o que tem e anda buscar o que não tem para continuar. Sempre que conversava com as meninas solteiras, falava que é melhor estar casada do que solteira, e realmente para mim é. Mas também nunca escondi de que o casamento não é fácil, de que não tem problemas. O meu não foi fácil! (E o de todo pastor também não é, só que a grande maioria finge que é por causa do que os outros vão pensar. Mentirinha gospel)

Hoje depois de tantos anos, tantos embates - e combates! Comemoramos o dia dos namorados com gratidão à Deus por tudo o que aprendemos e crescemos dentro do casamento. Se soubéssemos tudos o que passaríamos, jamais teríamos casados - mas também jamais teríamos aprendido coisas que só se aprende dentro desta complicada união chamada casamento. Jamais teríamos construído... seríamos ainda como um terreno baldio, faltando alguma coisa.

Gosto demais de ser a namorada de meu marido e sei que ele também gosta. Mas não estamos prontos, estamos em construção.


Um abraço

Prª Elaine Teobaldo

terça-feira, 9 de junho de 2009

DESERTOS

Deus quem nos coloca no deserto; também Ele quem nos tira de lá. Isto é uma revelação.
O meu deserto durou pouco mais de 10 anos. Moisés ficou no deserto por 40 anos. Como ele aguentou?
Se virmos a expectativa média de vida daquele tempo comparado com a de hoje, 40 anos é muito tempo, mas 10 anos também é muito tempo. Como é que eu aguentei?
Descobri algumas coisas sobre o deserto:
1. Lá o teu único alimento, tua única fonte de subsistência é a Palavra dEle.
2. A oração é o teu camelo. Você não sai do lugar se não orar. Se não orar, você morre no deserto.
3. Ele só te tira de lá quando você se torna íntimo dEle. Enquanto murmuramos, reclamamos, culpamos os outros, nada acontece. Mas quando decidimos adorá-lo, amá-lo, louvá-lo, serví-lo, então Ele vem e nos arranca de lá.
4. Também aprendi que Ele não nos tira de lá e nos coloca na terra prometida. Ele apenas nos mostra a terra prometida; e nós temos que caminhar em direção à ela. E neste caminho encontramos guerras. Quando saímos do deserto, nós lutamos.
5. E então começamos a provar as delícias. O leite e o mel é só depois de passar por alguns gigantes e alguns "ins".
Então, para passar pelo deserto e sair vivo:
- Palavra
- Oração
- Intimidade
- lutar
- vencer
Deus te abençoe
Prª Elaine

sexta-feira, 5 de junho de 2009

OVELHINHA QUE CHUPA BICO

"CUIDA DAS OVELHINHAS, TÁ MÃE! SE UMA PIQINININHA CHORÁ, TU DÁ O BICO PÁ ELA." (Candace Joy Teobaldo)

Um dia o Espírito Santo usa minha filhinha de dois anos para me lembrar de algumas verdades que facilmente nos esquecemos.
Estou almoçando. A Candace por ali brincando com seus brinquedos verdadeiros e seus personagens imaginários. De repente ela chega com suas mãozinhas juntinhas como se realmente estivesse me entregando algo precioso. E me pede: "Cuida das ovelhinhas, tá mãe! Se uma uma piqinininha chorá, tu dá o bico pá ela".
Parei de súbito minha refeição (coisa difícil pra mim que amo comer e não gosto que ninguém me interrompa nesta hora tão sagrada); me inclinei para pegar suas pequeninas ovelhas imaginárias!
Era um monte! Pedi à ela para puxar uma cadeira bem ao meu lado e cuidadosamente larguei-as ali.
Ela saiu correndo para fazer outra coisa e creio que agradecida por eu cuidar tão bem das suas ovelhinhas.
Não terminei de comer. Não precisava mais. Deus começou a ministrar sobre a importância de cuidar bem das ovelhinhas - verdadeiras! Almas que Ele cuidadosamente colocou em minhas mãos para cuidar. Para Ele são as coisas mais preciosas do mundo. Amadas. Por quem Jesus derramou seu sangue. Verdadeiras Pérolas.
Eu comecei a pensar sobre todos os tipos de ovelhinhas.
Tenho uma menina de 14 anos que não depende mais de mim para certas coisas - o meu tempo com ela é mais na parte emocional e espiritual; tenho outra de 11 anos que ainda precisa um pouco de ajuda para organizar seu quarto; e minha bebê que agora completou 3 anos. Ela ainda depende muito de mim - banho, fraldas, alimento, ainda chora quando quer estar nos meus braços e quando chora eu dou o bico pra ela, ela se sente confortável, acolhida, amada, aceita, e logo se acalma.
Deus me fez lembrar que existe essas ovelhinhas piquinininhas que ainda choram, que querem colo, que chupam bico. Às vezes não gostamos de cuidar delas; nos cansam, nos sugam, nos irritam. Então precisamos de uma dose extra de amor! Às vezes a Candace me cansa, me irrita; mas eu amo tanto esse bebê que paro o que estou fazendo para dar-lhe o que está precisando.
Também lembrei de Jesus perguntando à Pedro se O amava e dizendo para Pedro apascentar suas ovelhas.
E senti como se o próprio Jesus perguntasse pra mim naquele dia: "Elaine, tu me amas?" - "Sim Senhor, eu te amo, te amo muito! Tu sabes que eu te amo extravagantemente". - "Isto não basta! Cuida das minhas ovelhas, das minhas o-vélhas e principalmente das minhas ovelhinhas... e se uma pequenininha chorar, tu dá o bico prá ela".

Um abraço
Prª Elaine Teobaldo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

VOLTA, HUMILHA-TE!

Cometi um erro. Estou só. Me sinto péssima. O que fazer?
Na história de Abraão vimos o relato de um episódio conturbado e difícil de lidar com suas consequências.
Muitas vezes também nos metemos em encrencas e não sabemos como sair delas.
Quero falar sobre Sarai e Agar, a serva que ela deu à Abraão para gerar um filho.
LEIA Gn 16
Abraão e Sara concordaram sobre o assunto. Eu creio que Abraão até gostou da idéia.
Mas no vs 4 vemos que Agar, até então, apenas serva de Sara, agora passa a ser concubina de Abraão e com um filho deste na barriga!
Analisando sua alma nesta situação, ela "se achou!"e com isto desprezou Sara, sua patroa.
Sara ficou aborrecida, não sabendo muito lidar com a situação, reclama pro marido. Faz um pouco de chantagem emocional (isto é peculiar às mulheres). Abraão dá a aprovação para ela fazer o que quiser com a serva.
As duas tem uma briga feia, Sara até pegou pesado porque a humilha. Agar desorientada e profundamente machucada, com sua alma ferida, seus pensamentos desencadeando uma confusão mental. E no meio desta confusão mental e emocional, ela foge!
Agora ela está sozinha. Se sentindo péssima. E começa a se acalmar e a pensar melhor. Vê que cometeu um erro. Chora. E chora muito. Sente medo. Sente dor...
Mas de repente o Anjo do Senhor acha ela lá no deserto. E Ele começa um diálogo interessante com ela (vs 7 em diante).
O conselho no vs 9 é preciso: "Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos".
A cura da nossa alma está diretamente ligada ao quanto estamos dispostos a voltar e nos humilhar.
Quando cometemos um erro, quando no metemos numa briga (ó, crente não briga!! Quem disse?!) devemos seguir o conselho do Anjo do Senhor à Agar: "VOLTA - HUMILHA-TE".
E o mais lindo que vejo nesta história está no vs 13: "Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?"
Talvez você esteja se sentindo como Agar. Sozinha, num deserto, se sentindo péssima, sua alma está doendo muito.
Saiba que existe um Deus que vê. Assim como Ele viu Agar, ele vê você.
Então escute seu conselho: Volta, humilha-te.

Um abraço
Prª Elaine Teobaldo

terça-feira, 2 de junho de 2009

SE ACHOU ENGRAÇADO, DÊ GARGALHADAS

Voce já parou para pensar porque Abraão deu risada quando Deus lhe falou que ele e Sara gerariam um filho?
Vamos ver o versiculo em Gn 17.17
"Então, se prostrou Abraão, rosto em terra, e se riu, e disse consigo: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará á luz Sara com seus noventa anos?"
Abraão temia ao Senhor e acreditava nEle, mas diante de tal declaração, ele não pode fazer outra coisa senão achar engraçado.
E eu fico imaginando a cena. Foi uma reação tão espontânea, ele imediatamente colocou o rosto no chão e deu risada. Eu penso que ele rolou no chão e riu à valer só de pensar.
Quando ele pensou e disse: "a um homem de cem anos..." ele queria dizer: "a um velho carcomido, um velho de cem anos, um véio gagá..." E Sara, então? Com seus noventa anos? Imagina só essa velhinha barrigudinha? Sem dúvida era muito engraçado!
Precisamos aprender a dar risada, isto é muito saudável e não é pecado e foi Deus quem criou.
Deus nos criou à sua imagem e semelhança, isto quer dizer imagem e semelhança de alma. Deus é alma e nos fez igual à Ele.
Eu imagino que às vezes Ele dá risada de nós.
Então, se achou engraçado, dê gargalhada!
Faça como Abraão, role no chão de tanto rir.

Um abraço
Prª Elaine teobaldo